Engenheiro explica como foram batizados determinados implementos rodoviários
Wanderléa, LS, bitrem. Os implementos rodoviários brasileiros são conhecidos por nomes que nem sempre foram dados pelos fabricantes. Na verdade, a maioria foi batizada há muito tempo pelo próprio mercado de transporte e ninguém mais sabe o motivo.
Por que as carretas de três eixos em tandem com cavalo-mecânico 6×2 se chamam LS? Essa designação na verdade nem foi dada ao implemento. Está relacionada ao cavalo da composição. “O apelido de LS remonta a época da instalação da Scania no Brasil. Todas as letras dos caminhões produzidos pela montadora tinham origem em palavras em sueco”, conta o engenheiro especializado em transporte, Rubem Penteado de Melo, da TRS Engenharia.
“O L quer dizer Lastbil, que significa caminhão (4×2). Por exemplo: L111. O S significa Stödaxel, que é eixo de apoio (lazy axel), ou seja, 6×2 (LS111)”, explica Melo, com ajuda do colega Aquiles Pisanelli (ex-Scania). As carretas de três eixos em tandem tracionadas pelos cavalos 6×2 da Scania acabaram sendo conhecidas como LS. A designação acabou sendo generalizada para os implementos de três eixos independentemente da marca do cavalo que os tracionam.
Bitrem
Embora muita gente pense que a palavra bitrem esteja relacionada com o prefixo bi em português, que significa duplo, o nome do implemento tem origem no idioma inglês. “Vem de B-train, trem do tipo B”, conta o engenheiro. O B é para diferenciar a composição formada pela segunda carreta engatada diretamente na primeira através da 5ª-roda, dos chamados rodotrens (road-train ou Trem do tipo “A”) com dolly (foto acima), ou cambão em português, que têm o formato da primeira letra do alfabeto.
Já Wanderléa, diz a história, foi uma designação machista que compara os eixos distanciados do implemento com as pernas da cantora da Jovem Guarda.