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Brasil carece de infraestrutura para receber as novidades da Mercedes-Benz

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A vinda do e-Actros 600 e do caminhão a hidrogênio mostrados no IAA ainda não está no calendário da montadora

Trazer para o Brasil o e-Actros 600, caminhão elétrico que a Mercedes-Benz está lançando no IAA Transportation 2024, ainda não está no calendário da montadora. E o principal motivo é a falta de infraestrutura. O veículo tem autonomia de 500 km e requer pontos de carregamento que ainda não estão disponíveis nas rodovias do País.  

Segundo o vice-presidente de Vendas, Marketing e Peças & Serviços Caminhões da Mercedes-Benz do Brasil, Jefferson Ferrarez, a infraestrutura para caminhões elétricos de longa distância é um desafio na própria Europa, onde a tecnologia já está bem mais avançada. “A Karin Hadström (chefe Mundial da Mercedes-Benz Trucks) fez um apelo público para que os governos europeus se mobilizem e acelerem a implementação das leis que já foram aprovadas para viabilizar a instalação de um número bem maior de carregadores de veículos elétricos por toda a Europa”, conta.

De Hannover, na Alemanha, onde encontra-se para participar do IAA,  Ferrarez concedeu uma entrevista por videochamada ao Carbono Zero, grupo de jornalistas, do qual faz parte a Revista Carga Pesada, reunidos para cobrir o evento que é o maior do setor de transporte em todo o mundo.

“A infraestrutura e um desafio em toda a Europa. Não é algo que a gente discute só no Brasil quando se fala em veículos elétricos. É uma dificuldade global”, explica.

O e-Actros 600 é uma das estrelas da feira. O veículo passou por testes de 15 mil quilômetros por 22 países europeus. O início da produção será em novembro.

Questionado sobre a vinda do caminhão para o Brasil, Ferrarez diz que “tem conversado bastante com alguns clientes específicos”, mas que “uma coisa é o desejo”, “outra coisa é a viabilidade” de trazê-lo.

A transportadora Braspress já testa no Brasil um caminhão elétrico da marca, mas não se trata do e-Actros.

O vice-presidente afirmou que a Mercedes-Benz precisa desenvolver parcerias para dotar o Brasil minimamente com os carregadores que permitam ao veículo percorrer grandes distâncias. “A gente tem que chegar com uma solução completa. Não dá para trazer o caminhão e falar para o cliente se virar (para carregá-lo)”, declara.

Ferrarez também falou sobre o caminhão a célula de hidrogênio, outra estrela da montadora em Hannover. O veículo ainda está em fase de testes na Europa. “Ele tem dois tanques de 40 litros para hidrogênio líquido e, com essa configuração, tem condições de fazer mais de mil quilômetros de autonomia”, conta.

O caminhão vai passar por testes em cinco clientes europeus por um ano. “Após esse tempo é que a gente vai ver o nível de maturidade que o produto tem, para ver se a gente vai já para o próximo passo, que é fechar a configuração do caminhão”

Nas palavras do vice-presidente, a Mercedes-Benz está seriamente comprometida com a descarbonização dos caminhões. “Estamos realmente empenhados, investindo muito energia, muitos recursos para conseguir acelerar o máximo possível essa transição.”

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